17 de maio de 2008

CREIO NO GALO por Wilson Serrate

Eu acredito em Deus e essas coisas todas que a Igreja Católica prega, como anjos, apóstolos. Mas, acredito sobretudo em padres pedófilos. Acredito em Buda, pois, assim como Maomé, ele é uma versão de Deus para uma outra cultura religiosa. Aqui não declaro minha simpatia pelos fanáticos de ambos os lados da Guerra religiosa. Sou contra o terror por ser desalmado, pois ele se esconde por detrás da fé e saem por aí matando inocentes. Eu não acredito em duendes, gnomos e similares embora ache que eles fazem parte de uma espécie de folclore na nossa vida. Mas eu acredito no futebol. E mais, sou um extremista. Pertenço a uma religião monoteísta. Meu Deus no futebol, único, é o Atlético. Nunca me passa pela cabeça que o Galo vá perder. Eu acredito sempre, que o Galo vai ganhar. Mas como um católico, o atleticano vive em função do juízo final. Freqüentamos os cultos no templo do Mineirão, oramos nossos hinos e brados retumbantes, ajoelhamos, prometemos, fazemos sacrifícios. Tudo porque sabemos que um dia virá a redenção. Sim, ela há de vir. Como Atleticano Ortodoxo que sou, eu tenho esta crença. Uma crença que nasceu há exatos 100 anos. Mas além da religião Atleticana, existem outras variáveis do Ser atleticano. O atleticanista, que seria a vertente política do atleticano. Qual a importância da má distribuição de renda ou ditadura cubana ou da queda da BOVESPA perto de uma derrota do Atlético? Já o atleticômano é um viciado no Galo. Seu humor, seu vício ou sua felicidade depende do Atlético, Quanto mais ele usa, mais quer. Uma abstinência de vitórias tem o mesmo efeito da falta do cigarro para o fumante ou de uma cachaça para o alcoólatra. Há também o atletiqueiro, que vem de original do Atlético, aquele que nasce com um único órgão vital, o Coragalo, responsável por irrigar com sangue os músculos aguerridos. O único órgão preto e branco do corpo humano que pode ter um ataque fulminante em uma vitória brilhante ou em derrota injusta do Atlético. Pensando bem, todas as derrotas do Galo são injustas. Enfim, existem todos os tipos de atleticanos imagináveis, embora a maioria seja inimaginável. Mas uma coisa que nunca existiu é o atleticano não-praticante. Aquele que não pensa Nele todos os dias. Que não canta por Ele, que não sofre por Ele. Que não O tem onipresente. Talvez eu esteja sendo excessivamente parcial. Ora, mas não é o amor um cego?


Quero agradecer ao papai, que conseguiu por em palavras o que é o SER Atleticano!

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